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Coaching

O poder da inclusão e consequências da exclusão em equipas

O poder da inclusão e consequências da exclusão em equipas

Os seres humanos gostam de se sentir incluídos para se sentirem seguros, por isso, pareceu-me importante falar do poder da inclusão e consequências da exclusão em equipas.

A ciência há muito estuda a inclusão, este fenómeno de pertença, e já chegou a dados que nos dizem que a inclusão desempenha um papel fundamental na performance de equipas. Sabe-se hoje que ter pessoas ou grupos que se sentem excluídas pode ter consequências não desejadas.

Porque a importância?

A investigação mostra que os efeitos emocionais que a sensação de exclusão provoca são dramáticos e que todos os membros dentro de uma organização se devem sentir incluídos para que possam mostrar o seu verdadeiro potencial.

Cada vez mais, equipas estão a apostar na inclusão e conexão para desbloquear performances e benefícios inovadores que equipas diversificadas podem criar. Por vezes, pensamos que equipas ou comunidades muito parecidas são uma aposta melhor, e talvez seja, a curto prazo. A longo prazo, uma equipa diversificada bem orientada, com as ferramentas certas, chega a melhores resultados.

Hoje já conseguimos identificar cinco comportamentos que têm mais tendência para nos deixar em estados emocionais de resistência ou fuga, ou seja, que nos fazem sentir incluídos ou excluídos. São comportamentos que influenciam a perceção pessoal em relação ao nosso lugar na equipa, a nossa segurança, a nossa autonomia, conexão e sentir que existe igual valor nas nossas opiniões e escolhas.

Quais os efeitos da exclusão?

Às vezes, a comunicação deficiente, o mindset limitante ou falta de ligação de um só membro pode levar a equipa a um resultado fracassado, assim como o contrario pode levar ao seu sucesso. 

Quais os efeitos de nos sentirmos excluídos?

– Reduzimos pensamentos inteligentes e ficamos menos razoáveis à opinião dos outros.

– Aumentamos a auto sabotagem e os comportamentos de compensação emocional, os chamados excessos (distrair mais, comer mais, exigir mais…)

– Reduzimos a nossa capacidade de vulnerabilidade e estamos menos disponíveis para ajudar.

– Temos menor autocontrole devido à sensação de frustração.

– Reduzimos o sentido de propósito e de significado na equipa e na vida.

– Diminuímos a sensação de bem-estar, temos menos qualidade de vida. Esta sensação de desalinhamento interno afasta-nos do nosso potencial e cria resistências internas que nos podem levar, no limite, à doença.

Como conseguimos começar a incluir membros na equipa?

Começamos por construir uma identidade comum através de objetivos partilhados. Numa equipa devemos ter objetivos próprios e também objetivos partilhados.

Estabelecemos objetivos que não sejam demasiado longinquos no futuro para que sejam alcançáveis por todos, segundo a energia individual de cada um (idealmente 6 semanas a 1 mês.)

Estabelecemos um ambiente de “segurança psicológica” onde todos os membros tenham liberdade e confiança para falar. Sem esse local de segurança não vamos conseguir dar tudo de nós.

Como partir e aplicar a mudança rumo a equipas mais unidas?

Já referi em alguns vídeos na minha página do Instagram algumas formas de mudar hábitos ou aplicar novos hábitos, o que mais gosto é o PHS: novas Prioridades, um novo Hábito e novos Sistemas incorporados.

*Prioridade: colocar no papel quais as novas prioridades para focar a atenção e orientar comportamentos. Estas prioridades devem ser muito desejadas, realistas, quase como algo que se cola e alinhadas connosco. Por exmplo, pode passar a ser uma prioridade ouvir com escuta ativa, deixando que cada um fale, mesmo, até ao fim.

*Criar um novo hábito relacionado com essas novas prioridades. Precisamos de fazer acontecer o que pusemos em cima da mesa e devemos faze-lo implementado um hábito novo de cada vez. A mente processa melhor o plano para um novo hábito se escolhermos mudar um hábito de cada vez. Talvez o hábito possa ser, esperar 1 segundo para responder…

*Incorporar num Sistema é arranjar formas de incluir esse novo hábito na vida do dia a dia, o ideal será removendo obstáculos que nos impedem e substituindo por novas ações. Devemos criar rotinas que suportam os hábitos e essas prioridades. Podia chamar-lhe várias coisas, resumindo, este sistema é uma estratégia que criamos para ter a certeza que o novo hábito é implementado, mesmo que isso inclua pedir ajuda. Para que seja mais fácil implementa-lo ajuda incorporá-lo em hábitos que já estejam automáticos. Se tenho como rotina pequenos almoços em grupo, briefing ou almoços com a equipa, posso incorporar este novo hábito nesses momentos.

Que hábitos podemos implementar para promover a inclusão?

1. Encontra temas/ambientes em comum pois isso vai dar sinais de conexão. Nas tuas conversas sê acessível, partilha experiências e objetivos.

2. Eleva os outros. Sê o que ajuda a encontrar soluções. Envia “mensagens” de respeito e valorização do outro, faz com que os outros se sintam seguros e compreendidos. Pede para colaborarem contigo em vez de exigires comportamentos. Partilha oportunidades.

3. Promove a clareza dentro da Equipa. Há algum tempo estava a voar e de um momento para o outro o avião começou a oscilar bastante com o alarme de cinto ligado. Não tendo propriamente medo de andar de avião, houve uma incerteza e insegurança que se instalou. Enquanto o comandante não falou, esses estados mantiveram-se. Quando o comandante finalmente explicou o que estava a acontecer e como iria fazer para resolver a situação, ainda não me senti com certezas, mas a insegurança diminuiu drasticamente. Se não podes dar certezas, dá clareza.

Por outro lado, dá autonomia às pessoas que queres contigo e mantêm o teu grupo informado, essa é uma ótima forma de promover a inclusão. Comunica as tuas decisões para que juntos possam construir os resultados.

Os modelos e sistemas que utilizo em sessões ou organizações visam a otimização do trabalho de equipa tendo em conta o estudo da mente e provas cientificas. Alguns destes modelos são criados no NLI (Neuro Leadership Institute) e convido-vos a espreitar os artigos. 🙂

Afinal, sonhos realizam-se é só juntar mentes possibilitadoras, ferramentas alinhadas, treinar e persistir.