“Do not go where the path may lead, go instead where there is no path and leave a trail.” – Ralph Waldo Emerson
Fui jantar com uma amiga com que não estava há alguns meses. A última vez que estivemos juntas ela estava numa fase de grandes mudanças, queria sair de Portugal e, por isso, passava grande parte da semana a enviar candidaturas. Dizia-me que lá fora é que ía estar bem, queria sair daqui.
No dia do jantar algo mudou: “estou muito confusa. Acho que já não quero ir embora.” – disse-me.
Perguntei porquê e a resposta foi simples: “encontrei várias pequenas razões para ficar.”
A vida pode ser simples e serena. Para estarmos felizes fazemos mais coisas que nos fazem felizes.
A mente procura conforto. O ser humano está em busca constante de atender às necessidades básica: certeza, incerteza, reconhecimento, conexão, contribuição e crescimento. Esta busca pelo prazer é o que nos faz sair da nossa realidade actual.
Por vezes saímos da nossa realidade por dor, por vezes por prazer. Ou seja, eu posso querer sair da vida que estou a viver porque não estou bem e só quero mudar, e isso é sair por dor. Ou eu posso estar relativamente bem onde estou, e ainda assim há algo bem melhor que me atrai, e isso é mudar por prazer.
Quando estamos a sair por dor, mas sem destino certo, estamos apenas a fugir da nossa realidade. Esta fuga, sem um destino que sabemos que vale a pena pode vir a ser uma mudança temporária… exatamente porque foi uma fuga, e não um foco.
À medida que os anos da juventude passam deixamos de fazer o gostamos e deixamos de ter a percepção do que nos faz feliz. A vida torna-se ocupada e aqueles momentos em que corríamos, saiamos, escrevíamos, andávamos de bicicleta, montávamos puzzles, falávamos com amigos, íamos ao cinema, tocávamos um instrumento, cantávamos, abraçávamos, éramos abraçados… ficam arrumados numa “gaveta mental”.
Perante a vontade de mudar não sei se alguma vez pensaste se estás a querer mudar por dor ou por prazer. Aprendi que um dia em que estamos “mal” às vezes é só uma percepção, é só um pensamento que estamos a ter a algo que está a acontecer e que pode mudar numa fração de segundo.
Alguma vez te aconteceu estar num dia aparentemente mau e um pequeno telefonema mudar todo o teu estado para melhor? Sentires, por exemplo, que ninguém te apoia e um telefone em que te convidam para almoçar muda tudo?
Hoje faço-te um convite. Quando estiveres numa situação de descontentamento eis um trabalho que podes fazer, escreve o que mais te faz vibrar!! Dez paixões, dez atividades que te entusiasmam, dez factores determinantes para que te sintas orgulhoso/a. Depois, ao longo de dez semanas introduz cada uma dessas atividades na agenda.
O que planeamos é o que de facto fazemos. Até algo estar na agenda é só uma ideia, um conceito… as grandes descobertas não se baseiam em conceitos, mas na sua execução.
Num próximo dia mais desafiante faz uma reflexão sobre se será só uma percepção e, ao mesmo tempo, decide mudar! Traz um momento bom que contrarie isso que estás a pensar. Está provado que não conseguimos sentir ao mesmo tempo emoções contraditórias e a nossa mente prefere as boas.
O que te faz mudar o estado?… Quando fizeres a experiência, se te fizer sentido partilha, gosto de aprender com todos :).
Por hoje é isto, traz para o teu dia algo que há muito não fazes e que eleva a tua mente. Quando voltares a fazer as coisas que elevavam o teu espirito e o faziam voar alto, descobrirás o estado de felicidade que poderás ter perdido.
Be you, Be amazing…
Até breve!… Bárbara