Coaching Desenvolvimento Pessoal

As seis necessidades

Por trás de cada comportamento há uma necessidade a ser suprida. As criança não usam chupeta ate aos 6 anos porque são teimosas, não roem as unhas porque querem, mesmo em adultos, não prejudicamos a nossa saúde só porque sim. Na base de um comportamento pode estar uma das seis necessidades não atendida.

Na origem de cada comportamentos há uma necessidade a ser suprida e podemos estas a atender a essa necessidade com comportamentos positivos ou negativos, ecológicos ou não, a longo ou a curto prazo.

Por exemplo, um assassino tem uma necessidade grande de reconhecimento. Ao matar outras pessoas consegue atender a essa necessidade de reconhecimento e até de conexão, mas com comportamentos pouco ecológicos e não sustentáveis a longo prazo. Apenas a curto prazo aquele comportamento está a atender a essas necessidades que, de qualquer forma, não é ecológico.

As seis necessidades básicas que utilizo nos meus programas são:

  • Certeza/segurança
  • Incerteza/Experiência/surpresa
  • Reconhecimento
  • Contribuição
  • Conexão
  • Crescimento

Quais as seis necessidades básicas necessidades por trás de um comportamento

Certeza/segurança está relacionado com a nossa vontade de estabilidade, de ter tudo controlado, de não sermos surpreendidos evitando assim o medo ou o inesperado. Acreditamos que se estivermos sermos seguros e conhecedores do que vai acontecer estará tudo bem. Mas como seria a nossa vida se nós já soubéssemos tudo o que vai acontecer? Monótona, certo?

Incerteza/experiência/surpresa. Surge então a vontade de viver surpresa, de sermos maravilhados com algo novo. Esta necessidade é a vontade de experimentar coisas novas, novos desafios, aventuras, querer viver emoções que ainda não vivemos. O que nos faz, por exemplo, ver um filme que já vimos? Por um lado a certeza de que já sabemos o que vai acontecer, por outro, a crença de que vamos ser na mesma surpreendidos por algo que ainda não vimos.

Reconhecimento (valorização pessoal). O ser humano que ser reconhecido. Porquê? O ser humano tem 2 medos principais: o de “não pertencer” e de morrer. Antigamente, não pertencer significava morrer, ou seja, elementos excluídos de uma tribo quando expostos aos perigos acabariam por morrer. Esse padrão de sobrevivência ainda hoje está instalado na nossa mente. Assim, há uma vontade inconsciente que nos impele a ser aceites e reconhecidos.

Contribuição. Está na natureza do ser humano ajudar, contribuir para um mundo melhor. Mais uma vez, sentir que pertencemos a algo, a uma comunidade, a uma causa, a uma linha de pensamento para que as nossas ações façam sentido. Contribuir estimula a produção de hormonas no nosso organismo essenciais à nossa felicidade e motivação.

Conexão. Somos seres sociais, não fomos criados para ser ermitas, embora haja quem o queira ser. Mas ainda assim, por um espaço de tempo definido. Temos necessidade de nos conectarmos com outras pessoas para aprender, para crescer, para sentir que evoluímos. Conectarmo-nos com os outros é o que permite pormos as nossas aprendizagens em prática, é o que contribui para a evolução da espécie, é o que faz a nossa história ter sentido.

Crescimento. Estamos a crescer ou estamos a terminar um ciclo, é difícil estar no meio termo. O ser humano quer evoluir, quer como pessoa quer numa causa. Podemos querer ter mais crescimento a nível pessoal, profissional ou social, e a verdade é que está dentro de nós esta vontade de aceitar e melhorar.

Quando a nossa essência sente falta de uma necessidade e essa necessidade não está a ser atendida respondemos de três formas diferentes:

1. Mudamos o comportamento.

Quantas vezes já vimos membros dum casal irem satisfazer alguma necessidade fora do casamento. Talvez a necessidade de reconhecimento, segurança, conexão? Quantas vezes já vimos jovens terem atitudes rebeldes só para serem reconhecidos? Quando não estamos a atender a uma necessidade de uma maneira positiva e ecológica mudamos os nossos comportamentos e, por vezes, para uns não tão sustentáveis a longo prazo. O ser humano quer ver estas necessidades atendidas e é nossa a responsabilidade de o fazer de uma forma saudável e sustentável. Quando não o estamos a conseguir fazer sozinhos, devemos pedir ajuda.

2. Anulamo-nos.

Quando não temos força para agir e ter novos comportamentos, podemos começar a anular-nos. Falo sobre isso no meu ultimo livro Saber (re)Agir. Ficamos em modo passivo sentindo que a melhor forma de avançar é evitando conversas, não contrariando, evitando discussões, etc. Começamos a lidar com a dor de modo submisso e apático.

3. Atacamos

Ao não ter as nossas necessidades supridas podemos começar a atacar. Podemos até, ter várias destas respostas ao mesmo tempo. Um exemplo disto é uma pessoa que é passiva no trabalho e agressiva em casa. Como não consegue ver a sua necessidade de reconhecimento atendida no trabalho, transporta isso para casa exagerando os seus comportamentos. O que esta pessoa quer é ser reconhecida, e não o estando a conseguir no trabalho, recorre ao lar para o conseguir em casa através da violência.

Ter consciência das necessidades das pessoas com quem trabalhamos, convivemos ou dos atletas que treinamos, permite-nos ir ao encontro de comportamentos mais ecológicos e produtivos que beneficiam a comunicação entre as partes. As seis necessidades por trás de um comportamento dão-nos clareza sobre o que está a acontecer e como podemos criar uma relação mais forte com as pessoas que nos rodeiam.

Planear um ano com as seis necessidades

Para planear um novo ano podes utilizar estas seis necessidades e construir objetivos para cada uma delas. Sabendo que cada uma é importante, ao estar presente e equilibrado nas seis poderás sentir uma maior plenitude a todos os níveis. Assim, ao planear o ano escreve para cada uma delas as respostas (6 conjuntos de três respostas) às seguintes perguntas:

  • O que vou fazer para atender à minha necessidade x?
  • Como especificamente vou fazer-lo?
  • O que me dirá que fui bem sucedido nesta intenção?

Está quase aí um novo ano, cuida-te! Diverte-te, sê fiel a ti!

Bárbara